Não só nos textos literários, mas, também em outras expressões da comunicação humana podemos encontrar a intertexualidade, que é o diálogo entre dois ou mais textos: em música, filme, pintura, novela, publicidade etc.
Veja um exemplo com uma das obras de arte mais conhecidas do mundo: Mona Lisa.
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.
Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919.
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.
Mona Lisa, propaganda publicitária.
Mas, principalmente os textos são exemplos de intertextualidade. A paráfrase e a paródia são gêneros bem explícitos de intertextualidade.
"Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a idéia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. "
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
"A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação."
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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