quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Léo Cunha e Maria Antonieta
Filho e Mãe



FÓRUM HERANÇAS DE LEITURA


Léo Cunha e Maria Antonieta Cunha
Data: 01/07/2008
Local: Centro de Convenções Ulisses Guimarães – Brasília/DF
Foi um encontro muito agradável em que os presentes puderam se deliciar com as doces e sábias palavras de Maria Antonieta e soltar a imaginação com as histórias fantásticas da infância de Léo Cunha, suas primeiras experiências literárias, seus grandes modelos e a sua relação atual com filhos, com a leitura e com a escrita. Foi um dos momentos mais válidos do curso oferecido pela EAPE.

Todo aquele que se diz leitor teve alguém como espelho. Alguém que o fez sentir vontade de descobrir o que há de tão bom nos livros, que mundos novos são esses dos quais tanto se fala quando o assunto é leitura.
Comigo não poderia ter sido diferente. Tive e tenho muitas influências (devo confessar que sou mesmo inflenciável). Mas, me considero uma pessoa de sorte. Pois, de todos aqueles que considero que me influenciaram sempre tive boas referências bibliográficas, ótimas sugestões literárias e apaixonantes momentos de prazer com os livros.
Talvez eu seja injusta agora e acabe me esquecendo de alguém (nossa, parece até frase de discurso de gente importante!), mas, não posso deixar de citar aqui alguns nomes que saltitam na minha cabeça no momento em que a herança literária é o assunto. Na medida em que for lembrando, vou acrescentando, não fiquem com raiva de mim.
Sem nem pensar em grau de importância, pois todos me são muito importantes, vou citar aleatoriamente e se possível comentar o motivo de tal relevância dessas pessoas na minha formção como leitora. Como ainda consigo usar a ordem cronológica (ao menos nesse início), vou começar com a tia Corra. Não tenho certeza, mas acho que foi ela quem me deu o primeiro livro ou fez a primeira leitura ou mesmo deixou por ali, na casa da vovó, algum livro que me chamou a atenção. Anos mais tarde, e há bem pouco tempo, ela se voltou a povoar esse espaço importante da minha vida, me dando de presente um livro que ela comprou num sebo e que descobrimos juntas, foi o livro da minha adolescência. Ela sempre foi muito importante.
Claro que não posso esquecer de citar aqui muitos professores tanto do 1º grau quanto do 2º grau também me ajudaram bastante nesse aprendizado (mas, vamos combinar, eles estavam fazendo a parte deles). Legal é quando você conhece alguém que fala tão gostoso sobre ler, sobre a leitura, sobre livros que sem perceber você também começa a sonhar com eles.
O Ivan, um professor da faculdade, e hoje um grande amigo é uma dessas pessoas. Me confidenciou um dia que lia livros e gibis na casa do padrinho, porque não podia comprá-los. Mas, não falou isso com rancor de quem teve uma infância cheia de privações. Falou com o encantamento de quem sabe que livros não precisam ser comprados, precisam ser lidos.
O Zé, saudoso e lindo amigo (como me faz falta), é (porque pra mim será sempre) um outro exemplo de quem se apaixona tanto pelos livros que não consegue viver sem eles. Os livros passam a ser como o ar, imprescindíveis. E ele fazia questão de se mostrar um bom leitor, de falar sobre isso. E até nos momentos mais exibicionistas (e ele sabia que estava sendo) ele era apaixonante e inspirador.
A biblioteca da tia Tita sempre foi uma incógnita pra mim. Ela é formada em Direito, mas, lá eu via mais livros de filósofos do que códigos e leis. Aquilo me enchia os olhos. Me dava uma inveja boa ver que ela conseguia estudar tanto e ainda assim ler dois ou três livros de temas tão densos, mas, tão profundos que sempre desejei ter tanta "habilidade literária". Ainda não consegui, mas também não desisti.
Agora vou falar da minha maior herança literária: minha mãe. Ela nunca foi de ler Machado de Assis, Shakespeare ou qualquer outro clássico da literatura ou best-seller. Mas, ela estava sempre com um livro na mão. Minha mãe é uma mulher (já foi mais, ainda bem que melhorou um pouco) muito dedicada aos afazeres domésticos, mas, nunca deixou de reservar um momento para sua leitura diária. A leitura que te dá prazer.
Mas, tantos foram, tantos são e tantos serão meus inspiradores que é difícil me lembrar de todos eles. E digo que são muitos porque tenho várias histórias com livros e com a leitura que não precisam de momentos tão grandes para serem lembrados: basta apenas que alguém diga que quer muito ler um livro para que eu também queira saber o que há de tão bom assim nele ou que outras pessoas me digam apenas que leram e que gostaram muito e eu logo vou a uma livraria pra comprar o meu exemplar e devorá-lo até o fim. Ah! E tem aqueles amigos que não se contentam apenas em ler, indicar, comentar, sugerir... Eles vão além: eles escrevem livros! Precisa de incentivo maior que esse?
Obs: Por conta dessa minha personalidade "influenciável' também tive que suportar leituras muito chatas, que fiz até o fim para ter munição suficiente quando fosse novamente conversar com me indicou e dizer que nunca mais lerei nenhum deles novamente (até que eu mude de opinião ou que os tais autores de livros chatos evoluam).

Nenhum comentário: